terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Lembranças de Natal

O tempo de Natal sempre traz à tona o lembranças, emotividade e estresse. Sim, acho até que este último é o que aflora com mais facilidade e frequência na estação de Noel. Compras, trânsito, decisões sobre o menu, presente do amigo secreto, cartões e... enfeites! A minha paciência com a decoração de Natal ainda precisa evoluir. Apesar de termos apenas um Natal por ano, as decorações começam a aparecer em outubro e duram até... bem, depende. A decoração de algumas ruas e avenidas pode permanecer e perecer por meses!
Um dia desses, enquanto fazia compras com a minha mãe, nos lembramos de algumas passagens engraçadas da festa de Natal da família. Antes do relato, no entanto, é preciso explicar o formato da nossa festa de Natal: família tradicional e conservadora para os dias atuais, católica, especialmente unida nas principais datas cristãs, 4 gerações, mais de 50 pessoas de idades que variam de meses a 94 (quase 95) anos, e por aí vai. Acho que já deu para ter uma ideia. Antes da ceia recebemos a visita do Papai Noel, assistimos à peça da natividade interpretada pelas gerações mais novas, rezamos e cantamos "Noite feliz". Após esse ritual podemos cear e revelar o amigo secreto. Ufa... 
Isto posto, vamos à lembrança. Natal passado Tio Paulino, cuja idade ninguém sabe ao certo, mas que deve estar entre 85 e 90 anos, deu ao seu amigo secreto um... um... um macaco hidráulico. Mais surpreendente que isso foi o fato da Tia Evany, esposa do Tio Paulino, também fazer o mesmo. Ai ai ai, essa foi de matar. 
Esse ano, como nos últimos três, sorteamos o amigo secreto pela internet. Foi um tal de mensagem anônima para um e para outro, um sarro. Alguém, que mais tarde revelou ser a Gabriela, mandou uma mensagem em que se dirigia ao seu amigo secreto como "caríssimo". Pronto, todo mundo começou a chamar a todos de caríssimo. Tivemos até mensagens em que alguém reclamava não ter recebido nenhuma mensagem, nem do caríssimo.
O Natal pode ser penoso, mas é divertido lembrar dele.

sábado, 10 de setembro de 2011

Na falta do que postar...

Em meio a limpeza, correção de cadernos, manicure, televisão, etc, decidi postar o menu do dia. 
Almoço: cous-cous (ou cuzcuz mesmo) de calabreza
Jantar: arroz com brócolis e contra filé grelhado
Decisão: 30 minutos de exercícios diários das 5:30 às 6:00 todos os dias. 

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Pinheirinho, um peixinho curioso

Era uma vez um peixinho chamado Pinheirinho. Ele vivia em um rio calmo, de águas transparentes e repleto de vida. Pinheirinho adorava passear  com os amigos, brincar de esconde-esconde e de caçar minhocas. Mas o que ele mais gostava mesmo era de descobrir. Sim, descobrir tudo sobre tudo.
    Desde pequeno Pinheirinho vivia fazendo perguntas: “mamãe, por que os peixes nadam e não voam?”, “por que a água é molhada?”, “por que nós temos nadadeiras e não temos pernas como as pessoas?”, “por que eu não posso nadar na chuva?”.
    Um belo dia, Pinheirinho cismou que precisava saber por que se chamava Pinheirinho.
—    Mamãe, por que o meu nome é Pinheirinho?
    E lá veio a Dona Tânia Tainha, mãe de Pinheirinho, cheia de paciência para responder às perguntas do filho:
—    Meu peixinho, você se chama Pinheirinho porque seu pai e eu nos conhecemos nas águas do rio Pinheiros.
—    É mesmo? E onde fica esse rio? Por que ele tem esse nome? Ele fica muito longe? Por que nós não moramos lá?
—    Ai, meu filho, quantas perguntas! Sim, fica bem longe daqui e tem esse nome porque havia muitos pinheiros-do-paraná em suas margens.
—    E por que nós não moramos lá?
—    Nós tivemos que nos mudar, meu filho, antes de você nascer. O rio Pinheiros era um lugar maravilhoso, cheio de peixes de todos os tipos. As margens do rio eram cheias de plantas e sempre havia minhocas para todo mundo se fartar. Ah, que lugar lindo era aquele!
—    Por que era, mãe, e não é? O que aconteceu?
—    Ah, meu filho, meu peixinho querido... Aconteceu que as pessoas começaram a jogar muita sujeira no rio. Jogavam lixo, esgoto, produtos químicos que vinham das fábricas... Aquele rio lindo, onde até as pessoas nadavam conosco, acabou se tornando um rio sujo e malcheiroso onde não se pode mais nadar.
—    Mas, mãe, não dá pra gente fazer alguma coisa? A gente pode limpar o rio...
—    Meu peixotinho querido, quem dera todas as pessoas pensassem assim.
    Naquela noite, o peixinho Pinheirinho sonhou com o rio Pinheiros. Ele sonhou que todas as pessoas da cidade de São Paulo decidiram cuidar do rio e deixá-lo limpinho como era antes.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Desassossego

Depois de um dia relativamente tranquilo, mas com uma meia hora de agonia, decido, finalmente, dar uma olhada no meu blog e ver se me sobra algum ânimo para escrever umas poucas linhas. Eis que decido criar um novo blog, desta vez num semi anonimato, e coisas interessantes acontecem. 
Posto aqui, leio uma citação interessante ali e percebo que o que realmente me tem faltado é estar em contato mais íntimo com a minha merencoriedade (substantivo que acabo de criar). Como por um impulso vou até o escritório e puxo, certeiramente, o Livro do Desassossego da prateleira. Nada como um pouco do fragmentado Fernando Pessoa para nos apassiguar a alma. Ou angustiá-la de vez. 
Leio. Não a desassossegada e filha única prosa do Pessoa, mas um outro livro, um tanto maçante, mas bom. Vou dormir e não durmo. É aquele tique-taque do meu centro nervoso me dizendo que a infeliz discussão da tarde ainda vai me atormentar a vida por uns dias. Levanto. Como doce. Bebo água. Leite. Coca. Não tem jeito, sempre a coca. Decido pegar o desassossegado livro, mas antes ligo o computador e algo me leva ao blog de um colega de faculdade. Nunca mais nos falamos, vimos e nosso convívio nunca foi lá muito próximo. Porém, foi ele que me apresentou o meu admiridíssimo (sim, merece o superlativo sintético) Dostoiévski. Um cara quieto, bom e detentor de uma veia latente para a literatura. Começo a fuçar o seu blog e encontro um poema do Mia Couto, uma citação do Livro do Desassossego e alguns outros textos interessantes. 
Pois é, interessante. Bom. Tranquilizador. 
Ricardo, obrigada por ter me apresentado a literatura russa!!!

Um dia daqueles

Hoje tive um dia daqueles. Não, não serei injusta; meu dia até que foi bom, mas a reunião que tive à tarde foi de amargar. E eu até acho que sou tolerante, na medida do possível, é claro. Mas nem a minha tolerância conseguiu apaziguar os meus nervos ao ser obrigada a ouvir tanta baboseira. Sim, obrigada, pois, como assalariada desprovida de paitrocínio, meus instintos me levam a baixar a cabeça e calar a boca. Melhor assim. Afinal, o que seria do mundo se todos pudessem dizer o que realmente pensam.
Em havendo algum leitor, por favor, perdoe o meu mau humor, excuse o desabafo pessimista, mas nem toda a Venlafaxina do mundo é capaz de deixar tudo sempre bem.

A verdadeira hipocrisia

Uma das tarefas mais difíceis que encontro no dia-a-dia é praticar a sinceridade em meio a tantas armadilhas. Como ser uma pessoa sincera e honesta quando há tantos à espreita procurando puxar o seu tapete? É duro dizer a verdade sem temer as consequências que ela pode trazer à tona. Hipocrisia... bajulação. Que seca! 


Não digas nada


 Não digas nada!
Nem mesmo a verdade 
Há tanta suavidade em nada se dizer 
E tudo se entender -  
Tudo metade 
De sentir e de ver... 
Não digas nada 
Deixa esquecer 
  
Talvez que amanhã 
Em outra paisagem 
Digas que foi vã 
Toda essa viagem 
Até onde quis 
Ser quem me agrada... 
Mas ali fui feliz 
Não digas nada.   
Fernando Pessoa  

sexta-feira, 22 de abril de 2011

De volta à África? Ou a Moscou?

Há quase dois anos comprei um livro, o meu primeiro, do angolano Pepetela. Foi indicação de uma amiga: "Se gostas de Garcia Marquez, hás de gostar de Pepetela...". Sabe-se lá por que eu deixei para lê-lo só agora. 
O enredo em si não foi o que mais me cativou na mais nova obra do escritor, mas sim o seu estilo. Moderno, sucinto e estranhamente profundo. Sim, de uma profundidade sutil que não se baseia no uso de termos complicados ou orações longas. Diálogos misturam-se com a voz do narrador e permitem um mergulho nos desejos simplórios - e, no entanto - tão inacessíveis - do nosso herói. A busca do amor impossível por razões políticas. 
Começo a ler um romance de um angolano e logo me vejo em Moscou. Depois na Mongólia. Na Argélia. Em Cuba! Caminhos de revolucionários, de pessoas perdidamente, no sentido denotativo do termo, engajadas em movimentos de libertação de suas pátrias. A política tem dessas. Já dizia Aureliano Buendía, de Cem anos de solidão, que não sabia bem como e por que o posicionamento político de sua família havia sido escolhido. Mas nesta obra de Pepetela o protagonista sabe bem o que o levou a fazer parte do movimento de libertação. O que o torna perdido é o burocrático emaranhado de caminhos que tem que percorrer ao longo da vida. E as inúmeras arapucas que se lhe apresentam. 
Um romance pleno de fluidez, belas imagens e muita sensibilidade. Recomendo e lamento estar numa fase de limitação financeira que não me permite adquirir imediatamente outros romances do autor.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Um floco de neve turco

A Turquia é um país desses que nunca me interessaram em particular. Mas acabei, meio que por acaso, pegando o livro Neve da prateleira da casa de uma amiga. Ela tinha dito que tinha sido escrito por um finlandês ou norueguês. Interessei-me. Cedo, porém, percebi que se tratava de um escritor turco e de um romance ambientado em uma cidade fronteiriça da Turquia. Torci o nariz, mas encarei a leitura. 
Confesso que o romance não me cativou, mas foi bastante interessante mudar de ares. Afinal, tenho vivido na Rússia nas últimas leituras.
Neve trata de assuntos que fazem parte da vida dos turcos, dos islamitas, das mulheres que cobrem a cabeça com mantos. Tudo tão distante de mim... Tudo tão extremamente fora da realidade de um brasileiro, de um ocidental. É difícil pensar em alguns desses assuntos com seriedade, com a profundidade que pedem. Talvez por isso a minha leitura tenha sido tão superficial. Talvez por isso eu ainda me questione por que O. Pamuk ganhou o prêmio Nobel com esse romance. 
Mas a leitura foi válida.

Namorando a Rússia

Os últimos dois anos foram, definitivamente, anos da Rússia em minha vida. Tudo começou com o Dr Jivago que, confesso, não me cativou tanto assim, mas plantou a sementinha da curiosidade e me conduziu a Dostoievski.  

O primeiro contato com o grande realista russo já havia acontecido há alguns anos. Por indicação de um amigo e por vontade de conhecer o famoso Idiota, empreendi a leitura do romance. A leitura ficou pela metade e o livro ao Deus dará. A verdade é que por motivos práticos a empreitada não foi para frente. A edição era ruim, a cópia de outra edição de que dispunha era, de fato, uma cópia, sendo assim de difícil manuseio. 

Porém, tentei mais uma vez. Dessa vez com sucesso. Fiquei cativada pela ingenuidade do nosso herói, com a descrição mais do que detalhada do grande escritor que podia gastar mais de cem páginas em um só dia de história, sem, de modo algum, entendiar o leitor. Tantas facetas, tantos pensares e tantos angulos de análise, visão, descrição. Como pode um cara ser tão completo, profundo, contundente? E ainda vivendo naquelas terras gélidas.

"Se Dostoiévski viveu lá na Sibéria e não se congelou (...)  se Dostoiévski vivendo na cadeia a tudo observou..." (Wandi Doratiotto)

Então, daí, foi um pulo para que me visse apaixonada, obcecada por sua obra. Foi uma fúria, um consumismo exacerbado de romances russos. A dificuldade, no entanto, existia. Ler e pronunciar os nomes, tantos nomes, e tão longos e consonantais foi difícil. Mas venci. Entre Nastássias, Dimitres, Anuchas, Ivans, Raskólnikoves e outros mais, acabei por me familiarizar. Hoje, penso, gostaria até de ter um samovar em casa!  

De Dostoievski passei a Tolstoi, Gógol e outros. E tantos ainda por vir... Tuguernieves, Pushkins, Lermontóves...

A Rússia me cativou. Até assisti à animação Anastásia! Logo eu que não gosto de animações. Essa é a prova cabal de que a Rússia me cativou.

Boris Pasternak
Dr Jivago
Mikhail Bulgákhov
O mestre e Margarida
Dostoievski
O adolescente
Noites brancas
Os demônios
Humilhados e ofendidos
O jogador
Crime e castigo
Memórias de subsolo
Os irmãos Karamázov
e tantos outros contos... 
Tolstói
Anna Karénina
Gógol
O nariz
Almas mortas
Nikolai Leskov
Lady Macbeth do distrito de Mtzensk

Vozinhas estridentes e perguntas pertinentes

Esta semana a minha turminha do segundo ano de Português aprendeu e praticou o uso da letra H. Meu desafio é sempre o mesmo: desvincular o som, ou melhor, a ausência do som da letra H inicial no português do som da letra H inicial no inglês. O desafio requer insistência apenas. Mas o interessante foi o surgimento de duas perguntas por parte dos pequenos. Perguntas pertinentes, inteligentes que acabaram por me deixar com cara de interrogação por alguns segundos. Transcrevo-as."Miss, se a letra H não tem som, por que nós precisamos escrever as palavras com ela?" e "Miss, se a letra H tivesse som, que som seria?"
Ótimas! Por isso que amo as crianças.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Falas contundentes

Sendo professora do fundamental 1, diariamente sou presenteada com pérolas da criatividade e da ingenuidade dos pequenos. Vale a pena registrar algumas falas marcantes. 
  • Falávamos sobre as charmosas calopsitas e eu, com toda a intimidade que tenho com os animais domésticos, disse:
     -- Nossa, mas não posso ter um bicho desses em casa; é muito vivo.
     -- Então compra um porquinho da Índia, ele não é tão vivo.

 

terça-feira, 1 de março de 2011

O parto da ideia

Woland, o diabo de Bulgákov em O mestre e margarida, diz que não há nada mais insistente que um fato, mas, a meu ver, a insistência de um fato está consumada e definida por meio de sua natureza, de sua condição. O que a mim me parece realmente insistente, e até irritantemente insistente, é uma ideia. Ah, e quantas dessas já tive. É noite, sinto-me quente e confortável na cama, mas eis que, de repente, brota uma dessas. Uma ideia. Tenra, morna e quase transparente. Tento pensar em outra coisa, ou melhor, não pensar; dormir. Afinal é dia de semana e as minhas 8 horas de sono têm sua razão de ser. Mas ela vem vindo aos poucos e bum! Brota. Ainda reluto e viro para o outro lado. Ajeito o edredom, aperto mais forte o meu bicho de pelúcia acreditando que assim Morfeu embalar-me-á em seus braços, mas ela insiste. Surge e resurge cada vez mais definida ainda que confusa. Uma ideia em amálgama. Espanto-a de novo, pois é dia de semana e cada minuto subtraído do meu sono será lamentado nos momentos de cansaço do dia seguinte. Mas o coração aperta, sinto seu bater apressado e me entrego. Sei que esse  bater descompassado registra a germinação de uma ideia. Ideia que não me deixará em paz, que não me deixará dormir até que receba sua parcela de reflexão, pensamento, planejamento e desenvolvimento ou total descarte. Mas é assim. Insiste e pulsa até que algo seja feito. Há, de fato, algum fato mais insistente que isso?

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A flor e a náusea

(...)
(...)

(Des)Esperança da Rosa
A rosa
Era especial, mas de sonho regular:
Para o perdão seria a ferramenta;

O detalhe que não pode faltar à noiva,
Ou uma a mais numa coroa ou num caixão.
Fosse qual fosse o sonho a se realizar

O importante era, de um modo ou de outro,
que sua função se cumprisse.

Não importava ter vencido,

Na inesperança, o asfalto.

Qualidades sobravam para que

Tal destino bastasse, mas era só aquilo

Tudo que queria.


LZMR

Conclusão de uma antiga e engavetada reflexão


Apesar de ainda meio camoniana no sentido físico da expressão, por algum motivo, finalmente deixei a minha vontade de escrever encabeçar a minha lista de prioridades e peguei o micro para transbordar. Pensava na imaginação pueril, na literatura para crianças e na entrevista da Tatiana Belinky. Segundo ela é preciso pensar como uma criança para escrever literatura infantil de qualidade. É claro que para estabelecermos um vínculo frutífero com os pequenos, a visão de mundo a partir do seu ponto de vista é necessária, essencial. Ao contrário disso, o que notamos atualmente é a contínua e crescente atitude superficial perante a criança. Pais que criam seus filhos de modo prático, indolor e conveniente, e professores que suam professando-lhes tradições vazias, valores defeituosos e comportamentos nada pueris. O tema puxou-me para a crítica, é claro. Tal associação é inevitável para aqueles que, como eu, lidam diariamente com os pequenos.
Frequentemente me pego reclamando e maldizendo a minha profissão. São muitas correções, altíssimos índices de decibéis, volts e mais volts de energia despendidos diariamente, carnavais inteiros de jogo de cintura e toneladas de paciência. Mas num diálogo interior comigo mesma, sempre constato que meu trabalho não podia ser mais meu. Soube, desde o princípio, que depois de trabalhar com crianças não seria mais capaz de trabalhar com adultos. E sei que faço a diferença.
A criancice me encanta. Nada como ver o mundo pela primeira vez...

A volta dos que não foram


Há tanto tempo não escrevo no blog que chego a me sentir até tímida. Assim são as coisas: o tempo passa, as tarefas diárias e rotineiras nos afastam de pequenos prazeres e, quando finalmente nos damos conta, choramos o prejuízo e tentamos nos readaptar. Vamos lá.
No entanto, o título escolhido para esta postagem não está relacionado apenas à minha volta ao blog; quero falar da volta de uma pessoa muito querida.
Meu primo Adolfo, Fofo, desde os meus tenros anos de adolescência, foi, de certa forma, um líder. Apresentou-me à bandas e canções diversas. Afinou, assim, os meus ouvidos para que fossem capazes de distinguir inusitada profundidade de superficiais e
apelativas novidades. Mesmo essa profundidade, hoje, nos parecendo tão óbvia e mássificada. Contribuiu para o traçado dos meus caminhos literários, preparando minhas veias para aflorarem e motivando a libertação da minha, então, dormente e escondida sensibilidade. E, verdade seja dita, ajudou-me imensamente na angustiante e incansável lida com a nossa numerosa, tradicional e católica família.
Os anos foram passando e nossas vidas tomaram rumos distintos, não só geograficamente. Eis que depois de longos invernos nos reencontramos e nos conhecemos novamente. Agora adultos. Donos dos nossos narizes, das nossas contas, dos nossos mundos individuais e já tão libertos de correntes familiares.
Que influências essa retomada nos trará? As melhores, tenho certeza.



terça-feira, 9 de março de 2010

Mr. Nibbles está estressado

O hamster de estimação da escola chama-se Mr Nibbles - nome escolhido através de uma eleição democrática realizada pelos pequenos.
Há dias que temos visto o bandito do ratinho correr e correr como louco em sua rodinha. Geralmente corre de manhã, antes da chegada dos alunos, mas o pequeno roedor parece estar viciado em atividade física. Chegamos até a fazer piadas dizendo que ele teria exagerado nos doces e precisasse perder os gramas sobresalentes, mas na verdade o bichinho está é estressado. Foi até tirado de leu habitat e levado para uma sala tranquila e silenciosa para que seus nervos se acalmem.
Ora, só me faltava essa mesmo. Um rato estressado!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Um mês


Para o meu aniversário!!! Uh huh!

Retrospectiva 2009

Fiquei surpresa ao ler no orkut, facebook e afins a quantidade de mensagens do tipo: "2009 já vai tarde, que venha 2010!". Num balanço realista 2009 foi um ano muito bom para mim e para a maior parte dos meus conhecidos.
Para mim começou com expectativa e ansiedade por parte de problemas de família que, felizmente, se desenrolaram da melhor forma possível. Três presentões - 2 Pedros e uma Lara, todos saudáveis e fortes -, novas uniões, aprofundament
o de amizades queridas e importantes, uma super viagem e, é claro, a especial redescoberta do amor.
Acrescenta-se a isso tudo os pequenos prazeres que nos trazem a estabilidade profissional, o sucesso dos nossos queridos amigos, os romances africanos e os russos, o florescer das minhas plantinhas e até a experiência Raskólhnikov (que definitivamente não deu certo). Tudo valeu. E muito.
Espero que 2010 reserve para mim a "boa onda" de 2009.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

O retorno das calças sociais


Pois é, o retorno da labuta traz ansiedade, preguiça - muita preguiça - expectativas e retoma o uso diário das calças sociais. Que seca. Mas no fundo voltar à "boa" e velha rotina profissional é algo prazeroso. Não. Prazeroso chega a ser exagero. Talvez saudável seja o adjetivo que melhor descreve este benefício. Afinal mais uma vez volto a dividir o meu dia com pessoas queridas, com colegas não tão queridos assim e com pessoas que, sem ser pejorativa ou desdenhosa, não cheiram nem fedem. A convivência com os outros, sejam eles quem forem, nos faz refletir a respeito de nós mesmos. A raiz da questão é, em pura e simples base, que só há o eu a partir do momento em que há alguém mais. Nas férias o círculo de pessoas com quem convivo é limitado, o que não significa que não sejam pessoas queridas, mas expandir o número de espelhos ao meu redor faz-me bem. Faz-me pensar e faz-me existir com mais fervor. Sim, a casa está uma grande bagunça. Felizmente a casa está uma grande bagunça. Falta-me tempo para arrumá-la, para cultivar vícios e manias e para delongar-me em tarefinhas superficiais e tediosas. Ficarei feliz de rever as crianças. Trazem vida, muita vida, às vezes até exageradamente, mas nos provêm de risos, bravezas e esperança. Bem, já é tarde e escrever torna-se uma atividade mais desafiadora a cada minuto subtraído prestes a transformar o hoje em amanhã. Vou dormir.