quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Conclusão de uma antiga e engavetada reflexão


Apesar de ainda meio camoniana no sentido físico da expressão, por algum motivo, finalmente deixei a minha vontade de escrever encabeçar a minha lista de prioridades e peguei o micro para transbordar. Pensava na imaginação pueril, na literatura para crianças e na entrevista da Tatiana Belinky. Segundo ela é preciso pensar como uma criança para escrever literatura infantil de qualidade. É claro que para estabelecermos um vínculo frutífero com os pequenos, a visão de mundo a partir do seu ponto de vista é necessária, essencial. Ao contrário disso, o que notamos atualmente é a contínua e crescente atitude superficial perante a criança. Pais que criam seus filhos de modo prático, indolor e conveniente, e professores que suam professando-lhes tradições vazias, valores defeituosos e comportamentos nada pueris. O tema puxou-me para a crítica, é claro. Tal associação é inevitável para aqueles que, como eu, lidam diariamente com os pequenos.
Frequentemente me pego reclamando e maldizendo a minha profissão. São muitas correções, altíssimos índices de decibéis, volts e mais volts de energia despendidos diariamente, carnavais inteiros de jogo de cintura e toneladas de paciência. Mas num diálogo interior comigo mesma, sempre constato que meu trabalho não podia ser mais meu. Soube, desde o princípio, que depois de trabalhar com crianças não seria mais capaz de trabalhar com adultos. E sei que faço a diferença.
A criancice me encanta. Nada como ver o mundo pela primeira vez...

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