quinta-feira, 26 de março de 2009

Mario Gil


Luz do Cais

Quem deseja ser do céu
Não vacila frente ao mar

Pula o cerco
Visa o cais
Corre em busca do mais
Não se cansa
Não se retrai
Não no instante em que cai

Quem precisa ter nas mãos
O direito de escolher

Sente o vento
Livra o olhar
Deixa o amor derivar
Não balança
Não se retrai
Segue a trilha que vai

Bem no instante em que cai

domingo, 22 de março de 2009

Me fez feliz

Numa daquelas desenganadas consultas à programação da TV acabei me surpreendendo ao deparar com o início do Dr. Jivago. Foram cerca de 20 minutos de olhos fixos na tela até que me ocorreu que na prateleira do meio da biblioteca havia uma edição do tal.
Folhas amareladas, forte aroma de passado e capas que já se desintegram. Pouco importa. Tomei-o em minhas mãos e tomou-me a profundidade, a genialidade das descrições, dos dosados bocados de filosofia descritos com tanta naturalidade.
Em meio a longos e impronunciáveis "...vitches" e "...vovs" encontram-se paisagens lacônicas, inexplicáveis fragmentos poéticos e pensamentos singelos de tão verdadeiros.
Que descoberta feliz!

"Para buscar a verdade é preciso ser só e romper com todos os que não a amam o bastante. Haverá algo no mundo que mereça fidelidade? Pouquíssima coisa".
Trecho de O doutor Jivago de Boris Pasternak.

O melhor de tudo é que essa foi a coisa menos feliz que me aconteceu neste final de semana...