segunda-feira, 11 de maio de 2009

Pensava em altos e baixos. Nos obstáculos e nos desafios. Pensava mesmo era nos tais dos porquês. Tão misteriosos, velados, tão essencialmente indecifráveis. Fico inutilmente tentando justificar cada pulsar de cada coração. Será que ao menos há porquês? Confesso que tenho lá um pé atrás com essa crença que tantos defendem com forte veemência.
Organismos biológicos, peso físico, células que se desenvolvem, enzimas, proteínas, ações e reações meramente químicas ou mecânicas. Já dizia Alberto Caeiro: "O mistério das cousas? Sei lá o que é mistério! O único mistério é haver quem pense no mistério. (...) Metafísica? Que metafísica têm aquelas árvores?"

domingo, 10 de maio de 2009

Na beira da vida a gente torna a se encontrar só


Os Povos
(Milton Nascimento e Márcio Borges)
Na beira do mundo
Portão de ferro, aldeia morta, multidão
Meu povo, meu povo
Não quis saber do que é novo, nunca mais
Eh! Minha cidade
Aldeia morta, anel de ouro, meu amor
Na beira da vida
A gente torna a se encontrar só

Casa iluminada
Portão de ferro, cadeado, coração
E eu reconquistado
Vou passeando, passeando e morrer
Perto de seus olhos
Anel de ouro, aniversário, meu amor
Em minha cidade
A gente aprende a viver só

Ah, um dia, qualquer dia de calor
É sempre mais um dia de lembrar
A cordilheira de sonhos que a noite apagou

Eh! Minha cidade
Portão de ouro, aldeia morta, solidão
Meu povo, meu povo
Aldeia morta, cadeado, coração
E eu reconquistado
Vou caminhando, caminhando e morrer
Perto de seus olhos
A gente aprende a morrer só
Meu povo, meu povo
Pela cidade a viver só