quinta-feira, 26 de junho de 2008

O insight

É ir e vir, transitar da ebriedade à sobriedade e de volta à ebriedade
Até que se fundam e me confundam
É trabalhar e trabalhar e trabalhar
Para comprar e comprando esquecer um pouco
Mesmo que sirva só para aqueles curtos segundos
O que importa no fundo...
Ah, isso não dá mesmo
Então adiemos
Adiemos a vida até...

quarta-feira, 25 de junho de 2008

O que fazer?

Quando o que falta conquistar não pode ser conquistado e todo o resto já se concretizou? Sorrir? Chorar? Dar-se por satisfeito? Desistir? Insistir? Procurar algo a querer? Talvez comprar...
É parte de si, cindindo;
É um vácuo a sugar energias;
É a falta de sono ou estar farta dele.
É uma preguiça macunaímica cúmplice de vícios entorpecentes.
É a overdose do pijama, vestimenta solene dos cômodos de Pasárgada.
É a falta do porquê, do para quê.
É isso tudo na neblina de um olhar;
Nos curtos segundos de um suspiro;
Na rara pausa da vida, que permite enxergar com nitidez,
Pouco, mas além da ferida dormente.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Revoada


Blackbird - Beatles
Blackbird singing in the dead of night
Take these broken wings and learn to fly
All your life
You were only waiting for this moment to arise

Black bird singing in the dead of night
Take these sunken eyes and learn to see
all your life
you were only waiting for this moment to be free

Blackbird fly, Blackbird fly
Into the light of the dark black night.

Blackbird singing in the dead of night
Take these broken wings and learn to fly
All your life
You were only waiting for this moment to arise

Assum preto - Luíz Gonzaga
Tudo em vorta é só beleza
Sol de Abril e a mata em frô
Mas Assum Preto, cego dos óio
Num vendo a luz, ai, canta de dor (bis)
Tarvez por ignorança
Ou mardade das pió
Furaro os óio do Assum Preto
Pra ele assim, ai, cantá de mió
Assum Preto veve sorto
Mas num pode avuá
Mil vez a sina de uma gaiola
Desde que o céu, ai, pudesse oiá
Assum Preto, o meu cantar
É tão triste como o teu
Também roubaro o meu amor
Que era a luz, ai, dos óios meus
Também roubaro o meu amor
Que era a luz, ai, dos óios meus.

domingo, 8 de junho de 2008

Engraçado que no final queijo branco combina sim com palmito

E são assim as coisas inesperadas que nos acontecem...

(Des)Esperança da Rosa

A rosa
Era especial, mas de sonho regular:
Para o perdão seria a ferramenta;
O detalhe que não pode faltar à noiva,
Ou uma a mais numa coroa ou num caixão.

Fosse qual fosse o sonho a se realizar
O importante era, de um modo ou de outro, que sua função se cumprisse.

Não importava ter vencido,
Na inesperança, o asfalto.
Qualidades sobravam para que
Tal destino bastasse, mas era só aquilo
Tudo que queria.

sábado, 7 de junho de 2008

Alegria do menino

O menino
Quieto, um pouco triste e só.
D' O pequeno príncipe
Ao invés da jibóia, ou da raposa,
O cativou a rosa.
Queria sua forma, cor e essência.
Queria a mais bela rosa
Para si, para sempre.
E buscou-a:
Pulou o portão vizinho.
Com uma pedra distraiu o cão.
Respirou fundo, pisou leve,
Esticou o seu comprimento e tocou-a.

Estremeceu.
O coração bateu forte na garganta.
Era sua a mais bela rosa de toda a vila.

Fez o caminho de volta
Com ar de Napoleão,
Ansiedade de principiante,
Honra de Odisseu
E orgulho de quem já não precisa das rodinhas da bicicleta.

Nas mãos, a rosa
E no rosto de suor, o rubor
Da euforia dos segundos que precedem a conquista.

Fora um fósforo a se acender.

Gauche na vida

Sou gauche na vida, mas poucos aceitam isso. A loucura é muitos entenderem e mesmo admirarem, mas ao mesmo tempo se chatearem com isso. Há paradoxo em cada gesto, sobra cobrança, falta auto estima, segurança.
A barganha reina soberana, o que é instintivo, mas... o que foi feito da inteligência, da racionalidade? Oras, não me venham com convenções! Estou farta de entrelinhas!
Ah, um suspiro pela rosa que só queria ir pro caixão...

Un autre cadeau

VOCÊ NÃO ENTENDE O MEU TORMENTO
ESSA DOR QUE VIVE UM TEMPO QUE NINGUÉM VÊ
AH! É TÃO DIFÍCIL SER SÓ, MAS A SOLIDÃO É UM VICIO LEVE...
DE QUEM ALIMENTA O GOSTO DE SER LIVRE AMANHÃ
TROCO UM ABRAÇO POR SILÊNCIO
TROCO SEU BEIJO PELA SORTE
DE VAGAR PELA CIDADE BEM DEVAGAR...
ARRISCO UM SONHO UM PARAISO
MIL VEZES PERCO O JUIZO
NA ESPERANÇA DE TE ENCONTAR...PRA DEPOIS
QUEM SABE...
ORIENTE MEUS PASSOS PARA LONGE DOS SEUS E DESCUBRA A MIM MESMO....
QUEM NO PRINCIPIO OU FIM DE TODA ESTÓRIA
DESCUBRA VOCÊ!!
EM MIM

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Menu de ontem: Pain carbonisé

Aprendi essa receita quando estudei na Cordon Bleu. O tempo de preparação e os ingredientes são secretíssimos!!! Não parece delicioso?

Amores

Quadrilha - Drummond

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para o Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

Flor da Idade - Chico Buarque


A gente faz hora, faz fila na vila do meio dia
Pra ver Maria
A gente almoça e só se coça e se roça e só se vicia
A porta dela não tem tramela
A janela é sem gelosia
Nem desconfia
Ai, a primeira festa, a primeira fresta, o primeiro amor

Na hora certa, a casa aberta, o pijama aberto, a família
A armadilha
A mesa posta de peixe, deixe um cheirinho da sua filha
Ela vive parada no sucesso do rádio de pilha
Que maravilha
Ai, o primeiro copo, o primeiro corpo, o primeiro amor

Vê passar ela, como dança, balança, avança e recua
A gente sua
A roupa suja da cuja se lava no meio da rua
Despudorada, dada, à danada agrada andar seminua
E continua
Ai, a primeira dama, o primeiro drama, o primeiro amor

Carlos amava Dora que amava Lia que amava Léa que amava Paulo
Que amava Juca que amava Dora que amava Carlos que amava Dora
Que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava
Carlos amava Dora que amava Pedro que amava tanto que amava
a filha que amava Carlos que amava Dora que amava toda a quadrilha

Espinho na roseira / Drummonda - Karnak

Tem espinho na roseira
Cuidado vai cortar a mão
Pedro Alcântara do Nascimento amava Rosa Albuquerque Damião Pedro Alcântara amava Rosa, mas a Rosa não amava ele não Rosa Albuquerque amava Jorge, amava Jorge Benedito de Jesus
E o Benedito, Bendito Jorge, amava Lina que é casada com João
E o João, João sem dente, amava Carla, Carla da cintura fina E a Carla, linda menina, amava Antônio Violeiro do Sertão.
E o sertão vai virar mar
E o mar vai virar sertão
E o Antônio, cabra da peste, amava Júlia que era filha de Odete
E a Odete amava Pedro, que amava Rosa que era prima de Drumond
E o Drumond era casado com Maria que era filha de Sofia, mãe de Onofre e de José
E o José era casado com Nazira que era filha de Jandira, concubina de Mané
E o Mané tinha 17 filho 10 homens e 6 menina e um que ia resolver
E o rapaz tava já na adolescência tinha brinco na orelha e salto alto prá crescer.
E o Rodolfo que jç era desquitado era homem mal amado não queria mais viver
E encontrou Maria Paula de Arruda que lhe deu muita ajuda fez seu coração nascer
E são essas histórias de amor
Que acontecem todo dia sim senhor

"A vida é cheia de encontros, mesmo havento tantos desencontros nessa vida..." V. de Moraes