Era uma vez um peixinho chamado Pinheirinho. Ele vivia em um rio calmo, de águas transparentes e repleto de vida. Pinheirinho adorava passear com os amigos, brincar de esconde-esconde e de caçar minhocas. Mas o que ele mais gostava mesmo era de descobrir. Sim, descobrir tudo sobre tudo.
Desde pequeno Pinheirinho vivia fazendo perguntas: “mamãe, por que os peixes nadam e não voam?”, “por que a água é molhada?”, “por que nós temos nadadeiras e não temos pernas como as pessoas?”, “por que eu não posso nadar na chuva?”.
Um belo dia, Pinheirinho cismou que precisava saber por que se chamava Pinheirinho.
— Mamãe, por que o meu nome é Pinheirinho?
E lá veio a Dona Tânia Tainha, mãe de Pinheirinho, cheia de paciência para responder às perguntas do filho:
— Meu peixinho, você se chama Pinheirinho porque seu pai e eu nos conhecemos nas águas do rio Pinheiros.
— É mesmo? E onde fica esse rio? Por que ele tem esse nome? Ele fica muito longe? Por que nós não moramos lá?
— Ai, meu filho, quantas perguntas! Sim, fica bem longe daqui e tem esse nome porque havia muitos pinheiros-do-paraná em suas margens.
— E por que nós não moramos lá?
— Nós tivemos que nos mudar, meu filho, antes de você nascer. O rio Pinheiros era um lugar maravilhoso, cheio de peixes de todos os tipos. As margens do rio eram cheias de plantas e sempre havia minhocas para todo mundo se fartar. Ah, que lugar lindo era aquele!
— Por que era, mãe, e não é? O que aconteceu?
— Ah, meu filho, meu peixinho querido... Aconteceu que as pessoas começaram a jogar muita sujeira no rio. Jogavam lixo, esgoto, produtos químicos que vinham das fábricas... Aquele rio lindo, onde até as pessoas nadavam conosco, acabou se tornando um rio sujo e malcheiroso onde não se pode mais nadar.
— Mas, mãe, não dá pra gente fazer alguma coisa? A gente pode limpar o rio...
— Meu peixotinho querido, quem dera todas as pessoas pensassem assim.
Naquela noite, o peixinho Pinheirinho sonhou com o rio Pinheiros. Ele sonhou que todas as pessoas da cidade de São Paulo decidiram cuidar do rio e deixá-lo limpinho como era antes.
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