E como já dizia D. Rosa Maravilha:
"O mundo é uma bola grande.
Só uma pq se fossem duas, ele seria um (...) "
Genial
sexta-feira, 11 de julho de 2008
Um vidro de shampoo
Acordou dentro do meu estômago
Virando e revirando
Ora, se está tudo certo, por que
haveria eu de acordar com um shampoo?
Que séca essa vida de gente correta.
Cansei de ser uma dessas gentes.
Virando e revirando
Ora, se está tudo certo, por que
haveria eu de acordar com um shampoo?
Que séca essa vida de gente correta.
Cansei de ser uma dessas gentes.
Apesar de saber bem aonde quero ir
Não: devagar.
Devagar, porque não sei
Onde quero ir.
Há entre mim e os meus passos
Uma divergência instintiva.
Há entre quem sou e estou
Uma diferença de verbo
Que corresponde à realidade.
Devagar...
Sim, devagar...
Quero pensar no que quer dizer
Este devagar...
Talvez o mundo exterior tenha pressa de mais.
Talvez a alma vulgar queira chegar mais cedo.
Talvez a impressão dos momentos seja muito próxima...
Talvez isso tudo...
Mas o que me preocupa é esta palavra: devagar...
O que é que tem que ser devagar?
Se calhar é o universo...
A verdade manda Deus que se diga.
Mas ouviu alguém isso a Deus?
Álvaro de Campos
Devagar, porque não sei
Onde quero ir.
Há entre mim e os meus passos
Uma divergência instintiva.
Há entre quem sou e estou
Uma diferença de verbo
Que corresponde à realidade.
Devagar...
Sim, devagar...
Quero pensar no que quer dizer
Este devagar...
Talvez o mundo exterior tenha pressa de mais.
Talvez a alma vulgar queira chegar mais cedo.
Talvez a impressão dos momentos seja muito próxima...
Talvez isso tudo...
Mas o que me preocupa é esta palavra: devagar...
O que é que tem que ser devagar?
Se calhar é o universo...
A verdade manda Deus que se diga.
Mas ouviu alguém isso a Deus?
Álvaro de Campos
quarta-feira, 9 de julho de 2008
Sem fantasia
Chico Buarque
Vem, meu menino vadio
Vem, sem mentir pra você
Vem, mas vem sem fantasia
Que da noite pro dia
Você não vai crescer
Vem, por favor não evites
Meu amor, meus convites
Minha dor, meus apelos
Vou te envolver nos cabelos
Vem perde-te em meus braços
Pelo amor de Deus
Vem que eu te quero fraco
Vem que eu te quero tolo
Vem que eu te quero todo meu
Ah, eu quero te dizer
Que o instante de te ver
Custou tanto penar
Não vou me arrepender
Só vim te convencer
Que eu vim pra não morrer
De tanto te esperar
Eu quero te contar
Das chuvas que apanhei
Das noites que varei
No escuro a te buscar
Eu quero te mostrar
As marcas que ganhei
Nas lutas contra o rei
Nas discussões com Deus
E agora que cheguei
Eu quero a recompensa
Eu quero a prenda imensa
Dos carinhos teus
Vem, meu menino vadio
Vem, sem mentir pra você
Vem, mas vem sem fantasia
Que da noite pro dia
Você não vai crescer
Vem, por favor não evites
Meu amor, meus convites
Minha dor, meus apelos
Vou te envolver nos cabelos
Vem perde-te em meus braços
Pelo amor de Deus
Vem que eu te quero fraco
Vem que eu te quero tolo
Vem que eu te quero todo meu
Ah, eu quero te dizer
Que o instante de te ver
Custou tanto penar
Não vou me arrepender
Só vim te convencer
Que eu vim pra não morrer
De tanto te esperar
Eu quero te contar
Das chuvas que apanhei
Das noites que varei
No escuro a te buscar
Eu quero te mostrar
As marcas que ganhei
Nas lutas contra o rei
Nas discussões com Deus
E agora que cheguei
Eu quero a recompensa
Eu quero a prenda imensa
Dos carinhos teus
Máxima
"Não sou jovem o suficiente para saber tudo".
Oscar Wilde, é claro
Oscar Wilde, é claro
Liberdade
Por fim me convenceu
Não por cansaço ou moral
Pelo sentir, pela razão
E pela fria lógica da existência.
Sou, em fim, livre
Vejo diante dos olhos
A imensidão de possibilidades
Recebo o troféu e estou
Pronta, de cima a baixo,
para ser.
Não por cansaço ou moral
Pelo sentir, pela razão
E pela fria lógica da existência.
Sou, em fim, livre
Vejo diante dos olhos
A imensidão de possibilidades
Recebo o troféu e estou
Pronta, de cima a baixo,
para ser.
quarta-feira, 2 de julho de 2008
(d)Existindo
"Todo ente nasce sem razão, se prolonga por fraqueza e morre por acaso".
Sartre
"O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio... "
Trecho de Aniversário de Álvaro de Campos
"Concomitantemente aprendi que se perde sempre. Só os Salafrários pensam que ganham. (...) vou sobreviver a mim mesmo. Comer, dormir. Dormir, comer. Existir lentamente, suavemente, como essas árvores, como uma poça d'água, como o banco vermelho do bonde".
Sartre
Sartre
"O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio... "
Trecho de Aniversário de Álvaro de Campos
"Concomitantemente aprendi que se perde sempre. Só os Salafrários pensam que ganham. (...) vou sobreviver a mim mesmo. Comer, dormir. Dormir, comer. Existir lentamente, suavemente, como essas árvores, como uma poça d'água, como o banco vermelho do bonde".
Sartre
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